Discordo de uma visita do Presidente da República à Região enquadrada (apenas) no âmbito cutural. Os 500 anos da cidade do Funchal merecem, sim, uma visita POLÍTICA do mais alto Magistrado da Nação. Visitas do tipo "passar entre a chuva sem se molhar" não interessa aos madeirenses e, mais do que isso, é susceptível de ser considerada numa lógica de alguma hipocrisia e de total desatenção relativamente aos gravíssimos problemas económicos, sociais e culturais, que a Região atravessa. Aquilo que preocupa os madeirenses está muito para além dos 500 anos da cidade do Funchal e o Senhor Presidente da República não pode nem deve ignorar. Daí que lamente a mais que provável não realização de uma sessão plenária na Assembleia Legislativa da Madeira. Há um jantar mas debate não. Assumi essa discordância em sede de reunião do meu grupo parlamentar: primeiro o dever do debate na casa da democracia representativa; depois, o jantar, enquanto momento de confraternização e sobretudo de respeito institucional pelo Presidente de todos os portugueses, independentemente do seu histórico posicionamento partidário. Por respeito pelas decisões assumidas vou estar presente, todavia, contrariado em função da marosca que este processo esconde.
De uma coisa o Presidente não se safa: será, no futuro, no plano dos princípios, responsabilizado pela deriva política madeirense e pelas consequências que se adivinnham a curto prazo para toda a população madeirense.
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