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terça-feira, 29 de abril de 2008

ACORDO ORTOGRÁFICO

Não gosto de colocar o pé em ramo verde, por isso, este assunto é para os linguistas.
No entanto, estou atento e confesso que, entre os que se manifestam favoravelmente e os que se posicionam claramente contra, estou mais próximo dos últimos. A percepção que tenho é que caminhamos no sentido da descaracterização da Língua Portuguesa. Entre outras, a eliminação das maiúsculas, a supressão das consoantes mudas, a supressão dos acentos e dos hífenes, leva-me a concluir (levianamente, não sei!) que a matriz da nossa Língua está a ser vendida aos interesses do Brasil. E digo isto, independentemente de razões científicas, pela constatação de 1,6% dos vocábulos da Língua Portuguesa mudarem de grafia, enquanto 0,5% dos vocábulos Luso-Brasileiros passar a escrever-se de forma diferente.
Ainda hoje li uma entrevista com o escritor Fernando Dacosta. Ele é corrosivo na sua apreciação. Tome-se em consideração algumas passagens da entrevista:
"(...) O Brasil está a querer utilizar a Língua Portuguesa como elemento de supremacia (...) O Brasil é uma grande potência e está, de facto, a crescer cada vez mais. É graças ao Brasil e não a Portugal, que no mundo inteiro há cada vez mais pessoas a quererem falar português. Por isso, o Brasil tem um pouco esse poder de querer comandar a Língua; tem o poder económico, o poder da sua população e terá, no futuro, uma grande influência como potência mundial. Mas é preciso dizer uma outra coisa. Os povos africanos escolheram a matriz portuguesa e a língua portuguesa de Portugal. E hoje faz parte do estatuto de um angolano e de um moçambicano, por exemplo, saber falar e escrever correctamente o português de Portugal. (...)"
Trata-se, da minha parte, de uma achega para a reflexão que se impõe.

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