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domingo, 13 de abril de 2008

DESPORTO E DIREITO. DIREITO DE QUÊ? DAS PESSOAS AO DESPORTO?

O Dr. Fernando Seara, palestrante-convidado no âmbito de um seminário sobre Desporto e Direito, teceu algumas considerações sobre a política desportiva regional. Disse: "(...) a Madeira é um exemplo de apoios aos clubes (...) houve um progresso inequívoco e exemplo dessa política é o facto de eu ter dirigentes associativos que vieram pela primeira vez à Madeira com os seus clubes (...) o que isto vale para a taxa de ocupação de camas (...)".
Ora bem, respeito as declarações mas, para dizer isto, bastaria que o palestrante fosse um qualquer dirigente do movimento associativo madeirense. Num seminário subordinado aquele tema e, se porventura a Região viesse a propósito, necessário se tornaria ao palestrante conhecer e dominar todas as variáveis do que se entende por um desenvolvimento do desporto. O Dr. Fernando Seabra demonstrou que não conhece ou, se conhece e tem uma opinião diferente, quis ser agradável enquanto convidado e, portanto, politicamente correcto.
Eu que detesto subterfúgios, que gosto da frontalidade com educação, da política olhos nos olhos e cara na cara e da transparência, evidentemente que não alinho naquele tipo de discurso. Era melhor que o Dr. Seara não falasse da Região e apresentasse uma comunicação, juridicamente fundamentada, sobre o novo Regime Jurídico das Federações. Seria um contributo muito interessante. Se falou não sei. A comunicação social, pelo menos, não fez eco.
Falar da Madeira e da sua política desportiva implica conhecer os porquês de uma taxa de participação desportiva tão baixa (23%), implica ter opinião sobre a (i)moralidade de mais de 200 milhões de euros gastos no desporto nos últimos sete anos face a carências sociais de investimento prioritário, implica saber se se justifica, numa região pobre, assimétrica e dependente, a "importação" de 300 atletas continentais e estrangeiros para garantirem a nossa representatividade, implica, entre outros aspectos, relacionar os índices de prática desportiva no desporto na escola e no desporto federado. E só aqui tanto que há para dizer. O sistema desportivo não é só o que está na montra, é também o que está no armazém do descontentamento.
E quanto ao turismo, apenas sublinho que nunca visitei um país, uma região ou um lugar, motivado pelo nome de um clube, de um estádio ou de um jogador. Visito pelo que sei da sua história e das particularidades que lá vou encontrar. E como eu, milhões por esse mundo fora, a quem a Madeira deseja captar a sua atenção.

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