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segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

ASSIM, É IMPOSSÍVEL...

Inicia-se, amanhã, o debate do Orçamento da Madeira para 2009. Tratando-se de um importantíssimo instrumento de governo com repercussões na vida da totalidade das pessoas, no mínimo, é estranho para não dizer caricato, que as diversas propostas não tenham sido debatidas, frente-a-frente, aos olhos de todos os madeirenses. Curiosamente, ou talvez não, o Orçamento de Estado foi mas o da Madeira NÃO. As 58 fundamentadas propostas do PS e tantas outras dos restantes partidos da oposição ficarão na gaveta e emergirá como única a proposta do partido que governa. A generalidade do Povo, ao contrário do que seria desejável, no sentido de perceber o que está em causa, fixará as 14 horas de discursos do PSD (fora o tempo, sem limite, do Presidente do Governo) e passará ao lado das escassas 3 horas de intervenções destinadas a toda a oposição. Assim, não há qualquer hipótese de demonstrar ao Povo que há outras verdades, outras estratégias de governação possíveis, uma alternativa credível a este velho governo que já não governa!
Há uns anos atrás era normal ouvir-se que o "orçamento estava empolado". E por ai ficava. Podia-se e bem dizer que não havia contraponto consistente. Hoje, a história é outra. Estão aí quase seis dezenas de propostas sérias e profundas, num momento particularmente complexo da Região, eu diria mesmo, de salvação da Região e a verdade é que ninguém nelas pega, ninguém as confronta cara a cara, como Presidente do Governo, ninguém vai ao cerne das questões para que fique claro, afinal, de que lado está a razão.
O governo foge, esconde-se, limita o debate e, pior que isso, o serviço público da RTP, ajuda a festa do encobrimento, não abrindo espaço para vários debates sobre uma matéria da maior sensibilidade e importância para a Região. É que os empresários querem saber com linhas de orientação contam, querem saber se existem ou não possibilidades de dinamização do tecido empresarial, todos querem conhecer se há ou não alternativas no plano fiscal, todos querem saber o que fazer no plano tecnológico, da inovação e do conhecimento, do turismo, da internacionalização, da dinamização do emprego, das políticas educativas e no plano social. Temas de extrema importância, repito, face aos quais o serviço público cala-se, acomoda-se e dá uma imagem de conivência.
Assim, não é possível a maioria da população ficar esclarecida, perceber os contornos do orçamento, compreender o que este Orçamento intencionalmente esconde e tomar consciência das repercussões futuras das opções tomadas agora.
Infelizmente, o debate que amanhã começa tem todos os ingredientes para não ter "nível". Veremos.

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