Excelente. Passei quase quatro horas a ouvir e nem dei conta. Quando assim acontece só há que dizer PARABÉNS ao Centro de Investigação em Educação da UMa e, naturalmente, ao Departamento de Ciências de Educação da Universidade da Madeira.
Interessou-me, pela sua pertinência, a conferência do Senhor Reitor, Doutor Pedro Telhado Pereira subordinada ao tema "Ensino Superior: valor económico e financiamento", onde escalpelizou a rendibilidade do Ensino Superior, o olhar da sociedade sobre o aluno e o seu reflexo no financiamento e os modelos de financiamento.
Depois, permita-me o visitante deste espaço, foi servido o doce deste primeiro dia: a conferência da Professora Doutora Liliana Rodrigues, que titulou a sua intervenção: "Ensino profissional: o estigma da cabeça mais do que as mãos". Uma oportuna e importante conferência que ajudou a compreender e clarificar os dados que tanta celeuma política regional levantaram no seguimento da defesa da sua Tese de Doutoramento. No essencial ficou muito claro que, sem o dizer, aos políticos com responsabilidades governativas pede-se humildade, bom senso e respeito por quem investiga e que não pode nem deve estar ao sabor dos interesses de natureza político-partidária.
Eis o resumo da sua brilhante intervenção constante do respectivo livro:
Neste trabalho é feita a análise dos diversos modelos de formação que constituem o ensino secundário. A nossa atenção foi orientada para um subsistema da formação pós-obrigatória, o ensino profissional, que desde de sempre foi estigmatizado pelos cursos de carácter geral, quer dizer, os cursos de matriz académica.
O ensino profissional em Portugal ora se transfigura em vítima de representações sociais e políticas que fazem imperar a cabeça mais do que as mãos, ora se converte em promotor de estatísticas favoráveis à engenharia quantitativa das políticas educativas.
Fazemos aqui uma análise do percurso histórico deste tipo de ensino na Europa, em Portugal e, por fim, na Região Autónoma da Madeira. Temos sempre por comparação o ensino académico de tradição liceal.
E é com base nesta visão de um ensino secundário elitizante que exclui o diferente, que fazemos a discussão sobre a possibilidade de uma real igualdade de oportunidades na escola secundária portuguesa. Questionamos ainda se as próprias políticas educativas são a garantia da divisão social do conhecimento que vai corresponder à divisão social do trabalho. Mais: se estas mesmas políticas educativas estão abertas ao diálogo com os indicadores levados a cabo pelo mundo da investigação.
Neste trabalho é feita a análise dos diversos modelos de formação que constituem o ensino secundário. A nossa atenção foi orientada para um subsistema da formação pós-obrigatória, o ensino profissional, que desde de sempre foi estigmatizado pelos cursos de carácter geral, quer dizer, os cursos de matriz académica.
O ensino profissional em Portugal ora se transfigura em vítima de representações sociais e políticas que fazem imperar a cabeça mais do que as mãos, ora se converte em promotor de estatísticas favoráveis à engenharia quantitativa das políticas educativas.
Fazemos aqui uma análise do percurso histórico deste tipo de ensino na Europa, em Portugal e, por fim, na Região Autónoma da Madeira. Temos sempre por comparação o ensino académico de tradição liceal.
E é com base nesta visão de um ensino secundário elitizante que exclui o diferente, que fazemos a discussão sobre a possibilidade de uma real igualdade de oportunidades na escola secundária portuguesa. Questionamos ainda se as próprias políticas educativas são a garantia da divisão social do conhecimento que vai corresponder à divisão social do trabalho. Mais: se estas mesmas políticas educativas estão abertas ao diálogo com os indicadores levados a cabo pelo mundo da investigação.
Nota:
Amanhã, com início às 09:30H, no Tecnopolo, decorrerão várias comunicações: na Oficina A: A Prevenção do Abandono Escolar; na Oficina B: Promoção do Sucesso Escolar.
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