Nunca, desde que ando pela política activa, mas nunca, ouvi, como este ano, tanto comentário depreciativo a uma Proposta de Orçamento do Governo. Tenho presente algumas palavras que o qualificam: "ficção científica", "orçamento esquizofrénico", "embuste", "fraude", "orçamento de incompetência" e de "laxismo".
De facto, depois de o analisar em conjunto com especialistas na matéria, a conclusão a que se chega é que este Orçamento trará resultados desastrosos para a Região e agravará a sua já muito débil situação. Quando, de todos os quadrantes políticos nem o benefício da dúvida é dado, é caso para dizer que o momento é de grande preocupação. Basta ter em consideração as propostas do PS para se perceber a apatia do governo em sectores e áreas de relevante importância. Propostas que a serem consideradas poderiam vir a abrir uma porta de esperança relativamente ao futuro, face às características estruturantes que elas enformam. Porém, uma vez mais, o Governo irá meter a cabeça na areia e, cegamente, prosseguirá a política de "orgulhosamente sós".
Com uma dívida pública que rondará os 6 a 7 mil milhões de Euros se integrarmos os valores irresponsavelmente não contabilizados, com taxas de execução anual que rondam os 55%, este é, de facto, um Orçamento que não reflecte a verdade e que, portanto, agravará a situação da Madeira, melhor dizendo, de todos os madeirenses. Continuarão sectores vitais do nosso desenvolvimento cheios de carências (assuntos sociais, educação, formação profissional, tecnologias e empresarial, entre outros) enquanto, politicamente, continuarão os gastos em sectores que nada acrescentam nem riqueza produzem, para além da criminosa subsidiodependência (entre 1978 e 2006 foram atribuídos 1.800 milhões de Euros) com claros objectivos eleitoralistas. Lamentavelmente, penso que estamos, como diz a sabedoria popular, "a cavar a nossa própria sepultura" e a pôr em causa a nossa Autonomia.
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