Acabo de seguir as declarações à RTP-Madeira de políticos e comentadores.
Três notas face ao assunto do dia:
1º Ouvi o depoimento do Director Regional de Administração, Dr. Jorge Morgado. E lá veio com a cantilena do costume... que o sistema tem de considerar e sempre considerou os professores, blá... blá...! Bom, até parece que o Estatuto considerou os professores; até parece que considerou a contagem do tempo de serviço congelado para efeitos de reposicionamento nos novos escalões da carreira docente; até parece que foram ouvidos no que concerne à inexplicável prova pública de acesso ao 6º escalão; até parece que os professores não estão a perceber o porquê da prova pública, a qual visa, claramente, retardar a chegada ao topo da tabela, criando, na prática, aquilo que no Continente se chama de professor-titular.
2º Ouvi, também, o Secretário Regional da Educação considerar extemporânea a greve na Madeira, uma vez que a regulamentação da avaliação ainda está em curso. Ora bem, o que está em causa é uma NEGOCIAÇÃO e os alertas fazem-se antes do caldo entornado. Aliás, quem marca a agenda não é o governo mas os professores e os sindicatos. E seria bom que todos entendessem isto e fossem para a mesa das negociações libertos e sobretudo limpos de manhas que só tornarão impossível o difícil momento que o sistema atravessa.
Finalmente, segui com muita atenção os comentadores da RTP-Madeira sobre as questões da avaliação de desempenho. Para que fique claro: o problema não está na avaliação mas no processo. Mais: não conheço nenhum professor que se oponha à avaliação, mas opõem-se ao modelo impraticável da avaliação. De resto sempre houve avaliação. Eu sei do que falo porque sempre fui avaliado. Pode-se dizer que o modelo anterior merecia uma profunda reflexão. Não duvido. Mas essa revisão não pode e não deve surgir sob a forma de ameaça e obcecando-os ao ponto de desviá-los da sua missão fundamental: o ensino-aprendizagem.
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