Não se trata de uma vitória do Presidente do Governo Regional essa história do Senhor Representante da República ter mandado para publicação, no Diário da República, a adaptação madeirense do diploma conhecido como lei do tabaco. Do meu ponto de vista trata-se de uma derrota à luz dos princípios que devem constituir apanágio de quem tem responsabilidades governativas. Se, por um lado, no que concerne à legalidade, o texto da adaptação à Região do diploma nacional, seja pacífico, já do ponto de vista das implicações na saúde, esta adaptação constitui uma inqualificável decisão do governo. Seria uma vitória da Madeira e própria de um governo responsável se, na Região, o diploma nacional fosse muito mais restritivo. A contrária NÃO.
Basta que tenhamos presente que, em Portugal, o tabaco provoca cerca de 12.600 mortes anuais, três vezes mais que o álcool, ao qual são atribuídos 4.050 óbitos. E que a mortalidade causada pelo tabaco aumentará mais de 53% no Mundo até 2030, com 8,3 milhões de óbitos, contra 5,4 milhões em 2005. O tabaco poderá matar 50% mais pessoas do que o SIDA daqui até 2015 e ser, nesse ano, responsável por 10% de todas os óbitos anuais no planeta. Perante estes dados é caso para dizer que o Presidente do Governo Regional brinca até com a saúde das pessoas, apenas para fazer oposição ao Governo da República.
1 comentário:
Mas nem tudo são espinhos. É de esperar que, com este sábio incentivo, o "povo superior" passe a fumar mais. O que, a longo prazo, poderá contribuir para o laranjal ter menos votantes...
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