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terça-feira, 9 de dezembro de 2008

UMA SOCIEDADE DOENTE

A situação social tem todos os indícios de ser extremamente grave. Ainda na edição de hoje do DN-Madeira é dado conta que, em 2007, foram vendidas na Madeira 123.664 embalagens de antidepressivos e estabilizadores do humor o que perfaz uma média de 338 embalagens por dia. Ora, ninguém toma antidepressivos por mero acaso. Eles tornam-se uma necessidade em função de estados de ansiedade e de depressão causados por um conjunto muito alargado de factores que derivam da organização social em aceleração constante e, entre outros, do desemprego, das falências, do endividamento, do stresse e concomitante desgaste físico, psíquico e fisiológico. Numa outra peça jornalística é dado conta que os designados "Solicitadores de Execução" não chegam para as encomendas. Crise, sobreendividamento e crédito mal parado aumentaram o número de processos.
Significa isto que estamos numa situação deveras preocupante de rotura do tecido social. Este tecido está manifestamente esfarrapado. Não tenho dados mas, pressuponho, que a grande faixa de incidência do estado de ansiedade e de depressão seja a classe média. As características que enformam a organização social que dispomos, esta competitividade que impõe altos níveis de desempenho mas não assegura a estabilidade no emprego, esta organização do trabalho que não olha para o tempo de repouso, para o lazer e cultura, que retira tempo à família, esta organização política que estrangula as pequenas e médias empresas geradores de postos de trabalho facilitando a vida empresarial de outros mais abastados e influentes, um dia tinha de conduzir aos estados galopantes de ansiedade e de depressão.
A sociedade está doente, muito doente. São necessárias políticas que promovam o contraponto necessário. Hoje começa o debate de mais um Orçamento Regional. Pelo que sei ainda não será desta que se iniciará o combate a uma sociedade doente.

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