DIA DO TRABALHADOR OU DO DESEMPREGO

Põem a Vânia Fernandes a cantar (que pena aquela voz de ouro andar para ali entre fumo, espetada e bolo do caco!) visitam as barraquinhas, cumprimentam as pessoas, como é habitual colocam um ramo de flores no monumento ao trabalhador, dão um tiro de partida para uma corridinha pelas ruas do Funchal e, pronto, o número está feito. É assim que a Secretaria Regional dos Rescursos Humanos vê o 1º de Maio.

Hoje bem se poderá falar do DIA DO DESEMPREGO. Com quase 12.000 a viverem sob enormes dificuldades, o que equivale estar em cima ou mesmo nos 10% de desemprego, infelizmente, com tendência para crescer, este dia deveria ser de reflexão para o governo. Hoje, se tivessem um pingo de lucidez política e social, deveriam estar, pelo menos simbolicamente, reunidos na Quinta Vigia visando o anúncio de um conjunto de substantivas medidas políticas de onde emergisse a esperança de dias melhores. Mas não. Rotineiramente, vão de "Maio" ao pescoço pelas ruas de S. Maria, em honra de S. Tiago Menor, quando, hoje, a "PESTE" é outra: é de ausência de políticas de emprego, é de fome, é de combate às taras desta sociedade exclusiva e pouco ralada, é de ausência de solidariedade.

As 41 medidas sabe-se, toda a gente sabia, que não trariam qualquer impulso à economia regional. Tentaram mexer nas margens do problema quando este é estrutural, é de fundo, é de alteração desta política económica que já deu tudo quanto tinha para dar e que deixou um rasto de colossais dívidas a pagar por todos mas, especialmente, pelos socialmente mais frágeis, ao longo de décadas.

Enquanto isto acontece vão dando música, vinho e bolo do caco para distrair e atenuar as angústias que por aí vão. Decididamente, não é esta terra que tanto amo!