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quarta-feira, 9 de abril de 2008

POLÍTICA DESPORTIVA (I)

Finalmente, o Prof. Rui Mâncio Caires deu um pontapé na bola e fez golo. Mandou o Secretário Regional da Educação para um lado e a bola para o outro. São dele as seguintes palavras escritas, hoje, num artigo de opinião publicado no DN-Madeira:
(...) este modelo desportivo já moribundo e de morte anunciada, que serviu durante um quarto de século o desporto madeirense, está caduco e é necessário pois revitalizar os pressupostos da prática desportiva (...)".
Com a devida consideração pelo colega de profissão, registo a oportunidade do desabafo mas não deixo de dizer que vem com mais de vinte anos de atraso. Há muitos anos que essa morte estava anunciada. Está escrito e bem documentado por vários observadores. O problema, agora, é outro. O problema é que as medidas que andam por aí em debate junto do movimento associativo, constituem a melhor resposta para um problema errado. Porque a questão não está em redefinir um documento regulamentador com onze anexos; o problema está, em primeiríssimo lugar, na definição de uma política desportiva, em função do desporto que a Madeira tem e o desporto que anseia ter. Esta regulamentação, elaborada em função de constrangimentos financeiros e não de política desportiva, não adiantará nada, rigorosamente nada, relativamente à questão de fundo. E a questão de fundo é a de sabermos se o governo quer um desporto ao serviço da política ou uma política ao serviço do desporto; se quer muitos atletas federados, inclusive importados, que garantam a representatividade da Região, ou se quer uma população menos sedentária e, portanto, fisicamente mais activa; se quer a velha e ultrapassada Educação Física ou se quer uma Educação Desportiva curricular e um desporto escolar subordinados a outros princípios orientadores.
Para já, em função dos dados disponíveis, decididamente, a Madeira quer continuar a apostar no cavalo errado. Um cavalo que garante alguns votos, mas que atraiçoa o valor cultural da prática desportiva, enquanto direito constitucional (Artigo 79º).

1 comentário:

MMV disse...

Ele tem toda a razão, por isso está no "tacho" de "selecionador" da Madeira há tanto tempo...